EÇA, HUYSMANS & SCHOPENHAUER
UMA IRONIA DA “DECADÊNCIA”
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.5..101-111Resumo
Sob o prisma da ironia humoresque, lê-se A correspondênciade Fradique Mendes, de Eça de Queirós, no seu desdobramento intertextual. Preservando sempre a percepção dos efeitos da magia irônica, assinala-se a sua natureza textual de romance ensaio em que o literário, o científico e o filosófico se interseccionam, em permanente dialogismo. A partir deste pressuposto, busca-se, ainda através da ótica irônica,(des)tecer a malha intertextual, em perspectiva interna e externa. Vale dizer: a sua intertextualização é vista dentro da obra, através do dialogismo de suas partes entre si –narrativa introdutória e epistolário (intertextualidadeendógena); e ainda fora da obra, através do seu dialogismo com À rebours, de J.-K. Huysmans, e O mundo como idéia erepresentação, de Arthur Schopenhauer (intertextuaidade exógena).Referências
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