Cara e Máscara, Corpo e Escritura

marcas em Eliane Potiguara

Autores

  • Adriana de Oliveira Alves Corrêa Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.24.3.149-160

Palavras-chave:

Literatura Indígena, Eliane Potiguara, Mulher Indígena, Corpo, Escrita

Resumo

A construção cultural e identitária esfacelada da escritora Eliane Potiguara pode ser entendida como fruto da problemática do contato das nações indígenas com os demais membros da sociedade brasileira. Por isso, esta pesquisa tem como objetivo compreender as relações entre as assimetrias da autoafirmação e da condição étnica e feminina da autora – que está inserida no limiar entre culturas indígenas e ocidentais – com o seu fazer literário fragmentado na obra Metade Cara, Metade Máscara (2004). Antes da análise proposta, expusemos breves considerações sobre as especificidades da escritora indígena dentro do contexto da colonização que atingiu o Brasil e toda a América Latina. Além disso, discutimos, brevemente, a respeito das questões de violência relacionadas ao corpo feminino indígena e ao território. Com isso, compreendemos que é possível a aproximação das particularidades que envolvem a constituição da identidade indígena, feminina e culturalmente múltipla da autora com o seu processo de criação literária.

Biografia do Autor

  • Adriana de Oliveira Alves Corrêa, Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
    Mestre em Teoria Literária e Crítica da Cultura pela Universidade Federal de São João del-Rei (2017), com Bolsa CAPES. Especialista em Literatura pela Universidade de Taubaté (2011) e Graduada em Letras (Português e respectivas literaturas) pela mesma instituição. Suas pesquisas são centradas no estudo de indivíduos socialmente marginalizados, sobretudo no estudo da Literatura e Cultura Indígena.

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Publicado

2019-11-14

Edição

Seção

Teoria, Crítica Literária, outras Artes e Mídias