Das obscenidades amorosas

Autores

  • Rafael Lovisi Prado Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.21.2.74-89

Palavras-chave:

Discurso amoroso, Roland Barthes, obscenidade, fragmento, trágico, singularidade

Resumo

Este trabalho consiste numa abordagem do livro Fragmentos de um discurso amoroso, de Roland Barthes, na qual se busca retomar e ampliar a tese do autor sobre a obscenidade do discurso amoroso, no sentido de pensá-la tendo em vista três aspectos específicos pertencentes ao mesmo: primeiramente, explora-se sua forma, o fragmento, como uma tentativa de se subverter o continuum das narrativas lineares, o pensamento do Um e suas hipóstases; em segundo, ocupa-se de sua dimensão trágica – o discurso amoroso é tomado, à luz da filosofia de Nietzsche, como uma alternativa à racionalidade teórica por tornar possível um saber baseado nos instintos artísticos; e, por último, investiga-se a enunciação amorosa através daquilo que Félix Guattari denominou de “produção de singularidades”, ou seja, as maneiras através das quais podemos produzir modos de subjetividade (de existência) que escapem aos processos de subjetivação serializados do capitalismo contemporâneo.

Biografia do Autor

  • Rafael Lovisi Prado, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

    Mestre em Teoria da Literatura e doutorando em Literatura Comparada pela UFMG.

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Publicado

2016-01-29