Sobre instintos (Imagem)
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.20.2.287-294Resumo
As sete pinturas que seguem sobre essas páginas fazem parte da série Sobre instintos, de Willian Wagner, e nos indicam uma espécie de descida animal do humano, como se este fosse forçado a “lamber as feridas de uma personalidade moral capaz de negar a completa e primitiva dualidade do homem”. Sobre a série, o autor ainda dirá:
“‘Devo golpeá-lo sem raiva e sem ódio como um açougueiro’, escreveu Baudelaire. Sem raiva e sem ódio como uma simples satisfação de assassinos que assobiam ou cantam como se tivessem uma garganta furada para ganharem o pão de cada dia, e pra outros, o salário de uma profissão difícil e sempre perigosa.” 1
Sobre a superfície em estado de calma, essa humanidade animalesca, a figura de um animal lambendo as feridas de uma personalidade moral capaz de negar a completa e primitiva dualidade do homem, era lobisomem sem barba. Quando a estupidez fala mais doce, quando a vulgaridade é real e lhe concede todos os direitos, quando o sentimento de sua monstruosidade e fraqueza deita-se como pluma sob lume nas veias, essa força inédita que não sugere qualquer tipo de pretensão é apenas você despindo-se diante de mim.”Mas já não era possível distinguir quem era homem, quem era…”2