O chamado órfico da literatura

as desastrosas imagens da impossibilidade na obra Moby Dick

Autores

  • Marcos Roberto dos Santos Amaral Universidade Estadual do Ceará (UECE)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.26.3.218-231

Palavras-chave:

Moby Dick, Blanchot, Chamado órfico da literatura

Resumo

Com o intuito de problematizar as imagens que defletem a impossibilidade de a literatura chegar a um termo, figurando como escrita errante, inútil e sem-fim cotejaremos as vicissitudes de algumas particularidades da obra Moby Dick, de Melville. Nesse sentido, questionaremos, sob a perspectiva blanchotiana (2005; 2001; 1997; 1987), de que forma as imagens da impossibilidade figuram em torno do aniquilamento: do autor, tornado refém da própria escrita, que se absolutiza; da desordem do cânone clássico, diluído num discurso caótico e na fragmentação e dispersão da escrita, nos quais vozes, identidades e instituições desestabilizam-se enquanto totalidade teleológica e universal; e da rarefação das ideologias burguesas, relativizadas pela crítica da palavra útil e pela abertura da obra à escrita do anódino, desautorizado e sem-sentido.

Biografia do Autor

  • Marcos Roberto dos Santos Amaral, Universidade Estadual do Ceará (UECE)

    Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Mestre pelo mesmo programa. Membro do Grupo de Estudos Bakhtinianos do Ceará (GEBACE) e do Grupo de Estudos Deleuze & Guattari (GEDEG). Bolsista da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). Professor (licenciado para estudos) da rede estadual de ensino do Ceará.

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Publicado

2024-12-01

Edição

Seção

Teoria, Crítica Literária, outras Artes e Mídias