Retratos da prisão e da Favela em crônicas do fim do século XIX
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.25.2.224-238Palavras-chave:
crônica, prisão, perspectiva, modernidadeResumo
Neste artigo, investigaremos algumas crônicas do fim do século XIX dos seguintes autores: Benjamim Costallat, João do Rio e Orestes Barbosa. Nosso recorte será temático: as crônicas delineiam uma perspectiva dos cronistas sobre a prisão. Interessa-nos saber o modo como cada cronista narra tanto a prisão do fim do século, quanto a Favela – o nome de um morro do Rio de Janeiro. Vale dizer que, em Benjamim Costallat, a prisão é metafórica, tendo em vista que o cronista descreve os sanatórios do fim do século. Lemos o sanatório como uma forma de prisão. João do Rio, como repórter, descreve as prisões visitadas por ele. Para comparar o modo de abordagem da prisão, selecionamos, duas crônicas de Orestes Barbosa que, tendo sido preso, revela-nos um olhar singular dessa prisão. Como arcabouço teórico, lançaremos mão de Ben Singer que estuda a Modernidade. Além disso, contamos com textos críticos sobre o gênero crônica.
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