Escrever a raiz da escrita

sobre o tempo na Textualidade Llansol

Autores

  • Jonas Miguel Pires Samudio Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.19.3.24-35

Palavras-chave:

tempo, escrita, Maria Gabriela Llansol

Resumo

Propomos a leitura de um fragmento da obra Causa amante (1996), de Maria Gabriela Llansol, cotejada com outros textos da autora – como fragmentos dos diários –, considerando sua proposição do conceito e da experiência de tempo, marcada pela escrita. Para tanto, recorremos a Giorgio Agamben (2009, 2012), Walter Benjamin (2012) e Martin Heidegger (1991), sublinhando que tais autores apresentam reflexões que possibilitam um questionamento da noção tradicional de tempo cronológico, auxiliando-nos em nossa leitura de Llansol, ao nos indicar que, para além da passagem do tempo, há outras experiências de temporalidade, como a simultânea e espacial realizadas na “Textualidade Llansol”, que se referem não apenas a um elemento de sua constituição, mas à técnica de escrita chamada “sobreimpressão”.

Biografia do Autor

  • Jonas Miguel Pires Samudio, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

    Mestrando em Teoria Literária (bolsista CAPES) no Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico em
    Letras da Universidade Federal de Uberlândia, com a pesquisa: “Do sexo de ler este luar: a poética da
    travessia em Maria Gabriela Llansol”, sob orientação do Prof. Dr. Paulo Fonseca Andrade.

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Publicado

2013-12-31