O lugar comum da poesia de António Franco Alexandre
um corpo de sentidos e outras fantasias políticas
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.19.2.95-110Palavras-chave:
António Franco Alexandre, poesia portuguesa contemporânea, corpo de sentidos, erotismoResumo
A partir de uma leitura da obra do poeta português António Franco Alexandre, procuramos depreender de seus usos de linguagem alguns procedimentos que permitam o reconhecimento de sua poética como um corpo de sentidos. A expressão busca situar o gesto criativo num espaço tenso entre a experiência carnal como acesso ao sagrado e a inexorável precariedade dos corpos. Enfim, a marca destes dois movimentos como figuração do intercâmbio obra/leitor é indício dos efeitos de indecidibilidade, tão próprios desta obra.
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