OS APETITES E A TRIPARTIÇÃO DA ALMA NA REPÚBLICA DE PLATÃO*

Autores

Palavras-chave:

Platão, República, Alma, Desejo, Ética antiga

Resumo

Ao longo da República de Platão, a instância psíquica pode
ser vista como contraditória justamente em virtude de sua difícil harmonia
interna. Por outro lado, também pode ser entendida como a sede motivadora
das ações humanas que, se não elimina o problema do conflito e da contradição,
ao menos abre a possibilidade de que a psyché se manifeste como uma unidade
movida por instâncias distintas, em uma direção específica. É sobre esta
segunda maneira de entender a alma, como uma unidade motivacional de
impulsos distintos, em direções e prazeres também distintos, que esse texto
pretende argumentar e, de modo mais central, sobre a natureza complexa dos
apetites no interior desta alma em conflito. O intuito é o de demonstrar como
o texto da República permite discutir o estatuto dos apetites (epithymiai) e o
princípio apetitivo da alma (epithymetikon) como diferentes e que, quando não
trocados um pelo outro, a teoria da alma se enche de uma clareza ainda maior e possibilita uma compreensão mais aguçada acerca da unidade da alma e de
seus mais diversos apetites.

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Publicado

10-11-2024

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

OS APETITES E A TRIPARTIÇÃO DA ALMA NA REPÚBLICA DE PLATÃO*. Revista Kriterion, [S. l.], v. 65, n. 158, p. e-40485, 2024. Disponível em: https://periodicos-hml.cecom.ufmg.br/index.php/kriterion/article/view/40485. Acesso em: 5 out. 2025.