v. 3 n. 2 (2022): Dossiê - Desobediências (jul/dez 2022)
Artigos

Estética da ferocidade

Rafael Leopoldo
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, Brasil
Biografia

Publicado 18-04-2023

Palavras-chave

  • estética da ferocidade,
  • teoria queer,
  • utopia subalterna

Como Citar

Estética da ferocidade. (Des)troços: revista de pensamento radical, Belo Horizonte, v. 3, n. 2, p. 163–175, 2023. DOI: 10.53981/(des)troos.v3i2.41697. Disponível em: https://periodicos-hml.cecom.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/41697. Acesso em: 4 out. 2025.

Resumo

Neste ensaio, procuro desenvolver a noção de estética da ferocidade. Para isso, primeiramente, busco me relacionar criticamente com alguns elementos da Escola de Frankfurt e dos Estudos Queer. A respeito da primeira escola de pensamento, reflito sobre o teórico Herbert Marcuse. Diante de Marcuse, é possível compreender – já na década de 1960 – uma valorização dos saberes minoritários, da produção de novas formas de subjetividade, de uma positivação das sexualidades ditas perversas e, também, a valorização das utopias que se pode chamar de subalternas. A respeito da segunda escola de pensamento – os Estudos Queer –, é possível encontrar muitas semelhanças com o pensamento de Marcuse, mas penso que o queer evoca uma experiência de desestruturação dos processos normativos, ou ainda de determinadas ontologias. Nesse sentido, o que direciono para uma estética da ferocidade seria a compreensão do queer como uma experiência de implosão dos processos normativos, mas, também, de uma explosão do Simbólico via pulsão de morte.

Referências

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